Carvalhal de Fafe

Uma das maiores manifestações de carvalho-alvarinho contínuo na Europa, a mancha de carvalhal de Fafe encontra-se especialmente preservada sob o quadrante nordeste do concelho e constitui o expoente máximo do património natural do território, um ecossistema que presta serviços essenciais à comunidade no que à qualidade do ar, solo e água diz respeito. A sua paisagem natural e biodiversidade albergam um dos maiores ativos do território de Fafe.

Com uma extensão aproximada de 1241 hectares, a mancha de carvalhal é maioritariamente composta por carvalho alvarinho (Quercus robur) e carvalho negral (Quercus pyrenaica), espécies que hibridizam entre si, com o primeiro a mostrar uma predominância relativa em relação ao segundo. O escalheiro (Pyrus cordata), o castanheiro (Castanea sativa), e o azevinho (Ilex aquifolium) acompanham toda a distribuição da mancha de carvalho.

Menos frequente identifica-se a presença do medronheiro (Arbutus unedo), aveleira (Corylus avellana), pilriteiro (Crataegus monogyna), freixo-de-folhas-estreitas (Fraxinus angustifolia), sanguinho-de-água (Fragula alnus) e loureiro (Laurus nobilis).

A orografia da região, caracterizada por encostas com grande declive, que se desenvolvem em cotas compreendidas entre os 500 aos 900 metros, originam uma densa rede hidrográfica que conflui em vales férteis,por onde fluem os 2 principais rios do concelho, o Vizela e o Ferro, e cuja ação do homem transformou, ao longo dos anos, em campos de cultivo.

Este enquadramento geomorfológico, associado a um clima com influências continentais, atlânticas e mediterrânicas geram um microclima húmido, caracterizado pela frequente presença de neblina, que cobre esta região.

Junto às linhas de água de maior ordem, surgem galerias ripícolas bem desenvolvidas, dominadas por belos exemplares de amieiro (Alnus glutinosa), salgueiro-negro ( Salix atrocinea), freixo-de-folha-estreita ( Fraxinus angustifolia) e com presença mais modesta, o ulmeiro (Ulmus minor) e pilriteiro (Crataegus monogyna).

A fauna, é marcada pela presença do javali (Sus scrofa), do corço (Capreolus capreolus), do garrano (Equus ferus caballus), da raposa (Vulpes vulpes) e do lobo-ibérico (Canis lupus signatus), que percorrem a mancha de folhosas e as regiões de matos limítrofes.

O texugo (Meles meles), a gineta (Genetta genetta) e a lontra (Lutra lutra), marcam a sua presença com a timidez habitual e os anfíbios como as rãs, sapos, salamandras e tritões ocupam os charcos e zonas húmidas que salpicam a paisagem. A rã-ibérica (Rana iberica), a salamandra lusitânica (Chioglossa lusitanica) e o tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai) são alguns exemplos de espécies com interesse de proteção.

Os répteis são maioritariamente representados pela presença do lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), variadas espécies de lagartixas e as cobras, que serpenteiam os afloramentos graníticos que pontuam a paisagem.

Espécies de aves como o Bútio-d'asa-redonda (Buteo buteo), o milhafre-real (Milvus milvus), e tartaranhão-caçador (Circus pygargus) regem os céus e junto à copa das árvores é possível distinguir o cântico de incontáveis espécies de passeriformes (piscos, tentilhões e chapins).

Os artrópodes possuem uma presença generalista, que se manifesta em classes taxonómicas bem conhecidas, como os insetos e as aranhas. Destaca-se a frequente observação da vaca-loira (Lucanus cervus), inseto intrinsecamente dependente do carvalhal.

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